quarta-feira, 27 de junho de 2007

Super-Cérebro




Por: Rodrigo Moreira

Einstein, uma vez perguntado sobre o nível de sua inteligência respondeu que era porque usava os outros 90% do cérebro. Será que temos tanto cérebro sobrando assim?

Uma vez estava eu debatendo sobre o assunto com uns colegas e aí percebi o quanto essa frase de Albert Einstein gerou uma má interpretação coletiva. Ainda hoje existem métodos milagrosos que prometem exercitar seu cérebro numa intensa ginástica cerebral e deixa-lo “musculoso”, “forte”, “robusto”. Você praticamente transbordará cérebro pelas orelhas. Memorizará a Bíblia Sagrada de trás para frente e terá o dicionário na ponta de sua língua. E sua inteligência? Será que vai aumentar também?

É provado cientificamente, através de ressonâncias magnéticas e tomografias em áreas cerebrais que nós, usamos sim 100% de nosso cérebro, apenas não usamos esse percentual durante todo o tempo.

Cada área do cérebro trabalha de acordo com sua necessidade, assim, neste instante tem alguma área do meu cérebro trabalhando para que eu escreva essa baboseira aqui e daqui a pouco quando eu estiver no sagrado silêncio de meu leito com certeza meu cérebro não irá parar. Alguém lá dentro continuará trabalhando.

Vamos atribuir que essa teoria seja verdade, que apenas 10% da nossa capacidade cerebral seja usada. O que acontece então com uma pessoa que em um acidente danifica grande parte do seu cérebro? Com certeza o balanço dessa historia é bem negativo. Os médicos neurocirurgiões em procedimentos de remoções de tumor ou outras doenças, tomam o maior cuidado para sequer remover algum tecido errado do cérebro, pois isso poderia acarretar danos irreversíveis. Ou seja, se isso fizesse algum sentido teríamos 90% de cérebro livres para danificar e doenças degenerativas como o Mal de Parkinson ou Mal de Alzheimer teriam fácil solução ao apenas remover a parte de do cérebro em que elas se encontrassem alojadas.

Há também um certo contraponto, dizem os teóricos na arte cerebral, de que essas habilidades extras não seriam mensuráveis, tais como atividades paranormais e etc. Mas isso amiguinhos como eles próprios dizem não pode ser mensurado ou seja, não há nenhum tipo de pesquisa que sustente essa tese.

E digo mais, imagine você que tem gente por aí que diz que se usássemos 20% do nosso cérebro teríamos capacidades extra-sensoriais e telepáticas, nos comunicaríamos apenas por ondas cerebrais. Eu imagino que essas pessoas tenham um certo problema com nosso principal instrumento de comunicação que é a fala. Às vezes a natureza funciona tão perfeitamente, tão em harmonia e tem gente que ainda não está satisfeito com isso. Cada ser vivente nesse Globo terrestre tem sua capacidade de comunicação e assim somos todos felizes.

Nós seres humanos temos a fala, os cachorros latem, os gatos ronronam e assim constituímos um sistema perfeito. Agora, e se os animais se frustrassem e resolvessem também desenvolver capacidades extra de comunicação? Imagine só um casal de pernilongo discutindo a relação no seu quarto às 3 da manhã, ou um rato gritando no fundo do seu quintal: “- Ai que fome!.” e para completar uma barata depressiva querendo se suicidar na privada de seu banheiro. Que balburdia seria isso. Temos que nos contentar com nossas capacidades e agradecer por viver num meio harmônico entre as espécies porque se um dia a situação chegar a esse ponto eu quero estar longe daqui.

Usar 100% do cérebro compete em a maioria do tempo parar, pensar, ler , escrever, opinar, desenvolver um olhar crítico perante determinadas situações. Abandonar essa ociosidade corrente e trabalhar realmente com o cérebro funcionado a todo vapor.Talvez foi isso que Einstein quis dizer quando respondeu que utilizava os outros 90% do cérebro.

“O hábito obscurece a visão e a letargia sufoca a mente”. Pense Nisso.

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